A Rafa, a Fé, a Esperança e o Amor

“Ora, a Fé é a certeza daquilo que esperamos e a prova das coisas que não vemos”. Hebreus 11:1

Tenho a séria impressão de que uma das aplicações mais importantes da Fé é no momento da gravidez, rs…

Por mais que eu perceba minha barriga crescendo a cada dia, tenha sintomas de gravidez, ouça o coraçãozinho da Rafa a cada consulta no obstetra e até veja o desenvolvimento dela por meio do ultra-som, há momentos em que eu preciso ter muita fé! Certeza de que a Rafa, que estou ansiosamente esperando pra pegá-la nos braços e beijá-la muito(!), está bem, saudável e feliz em meu ventre…

Eu comecei a sentir os movimentos dela, ainda de forma bem leve, com 17 semanas de gravidez… e depois da 20ª semana, ela começou a fazer movimentos mais fortes que o papai Tiago já sentiu várias vezes e até a tia Tati, ao colocarem a mão sobre a minha barriga…

E eu li no livro “Gravidez para Grávidas”(meu companheiro! rs) que os movimentos do bebê se intensificam a partir da 22ª semana, que eu completei no último sábado (dia 1º/11)… só que, desde ontem, a Rafa tá tão quietinha… sinto ela mexer, mas de maneira tão tímida…

Tô sentindo tanta falta da animação dela! E tô tentando superar a preocupação… li tb que o bebê passa muitas horas dormindo e há dias em que ele não tá tão a fim de mexer, assim como a gente, tem dias que estamos mais animados, há outros que queremos “morgar” um tiquinho… além disso, não tenho sentido nenhuma outra alteração…

Mas, meu coração fica apertadinho… nessas horas, eu preciso ter fé! Acreditar com convicção de que está tudo bem com a minha menininha…

Sofro de uma tentação terrível: quero sempre ter o controle das situações que acontecem em minha vida… e somente entrego a Deus depois que todas as minhas tentativas de resolver as questões se frustram… geralmente, quando vou falar com Ele e pedir sua orientação, sinto-me bem envergonhada… pq minha atitude de independência pode significar que não confio totalmente nEle… e Deus jamais me decepcionou, embora o tempo dEle seja diferente do meu…

Quando penso sobre isso, geralmente chego a uma conclusão: não me sinto suficientemente boa pra Papai do Céu me amar e eu acho que dou muitas razões para que Ele “me castigue”…  então, sempre “espero” que algo de ruim me aconteça… apesar de já ter experimentado tantas vezes do amor gratuito dEele…

Desde criança, sempre me esforcei pra “ser amada”… pensava que se eu correspondesse à expectativa dos meus pais, eles me amariam… então, sempre tentei ser a melhor filha, aquela que é destaque na escola, que não se envolve com más companhias, que é educada e espontânea com os adultos, que dá orgulho pra família…

Porém, na minha cabecinha infantil, eu não conseguia me achar suficientemente boa… eu sempre havia passado de ano na escola no 3º bimestre, enquanto alguns primos sempre ficavam pra recuperação final… e eu observava, com tristeza, que meus tios prometiam brinquedos ótimos para aqueles que passassem (bicicletas e bonecas tipo “lú patinadora”)  e eu nunca ganhava nada… e se eu questionava isso, meus pais me diziam que passar de ano não era mais que minha obrigação, que era pra eu ter um bom futuro…

Entendam… meus pais são maravilhosos! São referências na minha vida… co-realizadores dos meus sonhos… meus cúmplices, meus amigos… mas, sempre criaram muita expectativa ao meu respeito (até hoje)… e eu nunca me senti suficientemente boa, apesar de todo o esforço…

O pior é que esse sentimento de “patinho feio” ainda permeia várias áreas da minha vida… às vezes, não me sinto digna de ser amada… sou tão falha… e quando estou passando por circunstâncias difíceis, isolo-me… pq nessas horas, acho que não tenho nada de bom pra compartilhar… aí, magoou as pessoas especiais da minha vida com a minha ausência negligente (não parabenizar meus amigos no dia do aniversário deles é um exemplo)…

Tenho tanto que aprender… tanto que superar… e sei que a única solução para essa profunda carência é deixar que Jesus preencha aquele vazio solitário e esfomeado dentro de mim, sentir sua aprovação, somente nela descansar e descobrir a satisfação da minha alma na comunhão com Deus…

“Papai do Céu… ajude-me a entregar continuamente toda a minha vida ao Senhor, a confiar em Ti e ter a convicção de que o Senhor agirá em meu favor, independentemente das circunstâncias… ajude-me a provar do Seu Amor… a compreender profundamente que o sacrifício de Jesus foi por amor a mim, a minha bebê… que o Senhor nos ama gratuitamente…”

Não há nada melhor do que desfrutar do Amor de Deus, sem qualquer limite, sem qualquer condição…

Quero experimentar isso todos os dias da minha vida… ver como Deus me vê, me amar como Ele me ama… e compartilhar desse amor!

Eu já amo tanto a minha filha Rafaela, já desejo tanto o seu bem e não pouparei esforços pra fazê-la feliz…

Acho que começo a entender o amor de Pai que Deus sente por mim… e a Ele novamente entrego a minha vida, minha gravidez, meus sonhos e tb as circunstâncias negativas… assim como a Rafa depende totalmente de mim hj…

“Os que olham para Ele estão radiantes de alegria; seus rostos jamais demonstrarão decepção”. Salmo 34:5

Espero que todos aqueles que visitam este blog tb experimentem deste Amor…

 

  p.s: parafraseando um autor que eu admiro muito, quando começo a escrever, ainda não sei o que carrego no meu coração, mas confio que virá á tona enquanto for escrevendo… acho que, por isso, meus textos nunca são pequenos, rs…